...Vivemos num universo
revestido de palavras. Temos a sensação de que elas iniciam e finalizam
todos os atos, mas não é assim. As palavras são apenas sintomas. Quando
as pessoas se conhecem e se apaixonam, conversam da mesma forma como se
beijam, com fúria e com encantamento. No final, quando tudo acabou, as
palavras doem e escasseiam. Elas são repelidas pelo outro da mesma forma
que o toque, igual que o olhar. Temos a impressão de estar encerrando o
amor com as palavras, mas elas são apenas as flores do enterro. Quando
chegamos a elas, o desejo está morto.
Então, economize palavras. Fique quieto e preste atenção. Escute o que
ela não diz. Entenda o que ele nem falou. Os gestos contam coisas, os
olhares antecipam. Atitudes valem mais do que declarações de amor – e
não podem ser substituídas ou consertadas por palavras...
(Ivan Martins)
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