Apego a sentimentos e ressentimentos. Apego a palavras ditas sem pensar. Apego a momentos de alegria que não quero que perca o gosto. Apego a saudade que gruda e esquece de me largar. Apego a rotina que assusta quando se cansa e muda a rota, me apresentando o inesperado. Apego a presentes e fotografias. Apego a vidros vazios de histórias mofadas. Apego da minha pele nas mãos dele. Apego a olhos famintos que me seguem pela casa. Apego a dedicatórias amareladas em livros antigos. Apego a músicas que embalaram momentos doces. Apego ao que me trouxe paz e ao que me fez chorar. Quero que meu apego se desapegue de mim.
(Renata Fagundes)
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