segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Eu sei que a gente se acostuma. Mas não devia.


A gente se acostuma a morar em apartamento de fundos e não ver vista que não sejam as janelas ao redor. E porque não tem vista logo se acostuma a não olhar para fora. E porque não olha para fora, logo se acostuma e não abrir de todo as cortinas. E porque não abre as cortinas, logo se acostuma a acender mais cedo a luz. E, à medida que se acostuma, se esquece do sol, se esquece do ar, esquece da amplidão.

A gente se acostuma a acordar sobressaltado porque está na hora. A tomar café correndo porque está atrasado. A ler o jornal no ônibus porque não pode perder tempo. A comer sanduíche porque não dá para almoçar. A sair do trabalho porque já é noite. A cochilar no ônibus porque está cansado. A deitar cedo e dormir pesado sem ter vivido o dia.

A gente se acostuma a abrir o jornal e a ler sobre a guerra. E aceitando a guerra, aceita os mortos e que haja números para os mortos. E aceitando os números, aceita não acreditar nas negociações de paz. E não aceitando as negociações de paz, aceitar ler todo dia de guerra, dos números, da longa duração.

A gente se acostuma a esperar o dia inteiro e ouvir no telefone: “hoje não posso ir”. A sorrir para as pessoas sem receber um sorriso de volta. A ser ignorado quando precisa tanto ser visto.


A gente se acostuma a pagar por tudo o que se deseja e necessita. E a lutar para ganhar com que pagar. E a ganhar menos do que precisa. E a fazer fila para pagar. E a pagar mais do que as coisas valem. E a saber que cada vez pagará mais. E a procurar mais trabalho, para ganhar mais dinheiro, para ter com que pagar nas filas em que se cobra.

A gente se acostuma a andar nas ruas e ver cartazes. A abrir as revistas e ler artigos. A ligar a televisão e assistir comerciais. A ir ao cinema e engolir publicidade. A ser instigado, conduzido, desnorteado, lançado na infindável catarata dos produtos.

A gente se acostuma à poluição, às salas fechadas de ar condicionado e ao cheiro de cigarros. À luz artificial de ligeiro tremor. Ao choque que os olhos levam à luz natural. Às bactérias de água potável. À contaminação da água do mar. À morte lenta dos rios. Se acostuma a não ouvir passarinhos, a não ter galo de madrugada, a não colher fruta no pé, a não ter sequer uma planta por perto.

A gente se acostuma a coisas demais para não sofrer. Em doses pequenas, tentando não perceber, vai afastando uma dor aqui, um ressentimento ali, uma revolta lá.Se o cinema está cheio, a gente senta na primeira fila e torce um pouco o pescoço. Se a praia está contaminada, a gente só molha os pés e sua o resto do corpo. Se o trabalho está duro, a gente se consola pensando no fim de semana. E se no fim de semana não há muito que fazer, a gente vai dormir cedo e ainda fica satisfeito porque tem muito sono atrasado.

A gente se acostuma a não falar na aspereza para preservar a pele. Se acostuma para evitar sangramentos, para esquivar-se da faca e da baioneta, para poupar o peito.

A gente se acostuma para poupar a vida.

Que aos poucos se gasta, e que, de tanto acostumar, se perde de si mesma.
(Marina Colassanti)

Deixe-se em paz.


Geralmente é o que se deseja intimamente: paz para o mundo, paz para todos, paz para os torcedores, paz para os moribundos, paz para os iraquianos. É um desejo legítimo, mas qual a nossa contribuição prática para ajudar a construir uma serenidade universal? O máximo que podemos fazer é garantir nossa própria paz. Portanto, esses são os meus votos: deixe-se em paz.

Parece uma frase grosseira, mas é apenas um desejo sincero e generoso. Deixe-se em paz. Não se cobre por não ter realizado tudo o que pretendia, não se culpe por ter falhado em alguns momentos, não se torture por ter sido contraditório, não se puna por não ter sido perfeito. Você fez o melhor que podia.

Aproveite para estabelecer metas mais prosaicas para o futuro que virá, ou até meta nenhuma. Que mania a gente tem de fazer listinha de resoluções, prometer mundos e fundos como se uma simples virada de ano bastasse para nos transformar numa pessoa mais completa e competente. Você será o que sempre foi – e isso já é muito bom, pois presumo que você não seja nenhum contraventor, apenas não consegue dar conta de todos os seus bons propósitos, quem consegue? Às vezes não dá. Vá no seu ritmo, siga sendo quem é, não espere entrar numa cabine e sair de lá vestido de super-homem ou de supermulher. Deixe de fantasias. Deixe-se em paz.

Se quer tomar alguma resolução, resolva ajudar os outros, fazer o bem, dedicar-se à coletividade, seja mais solidário. Não deixe os menos favorecidos na paz do abandono, na paz do esquecimento. Mas esquecer um pouco de você mesmo, pode. Deve. Não se enquadre em comportamentos que não lhe caracterizam, não se enjaule por causa de decisões das quais já se arrependeu, não se arrebente por causa de questionamentos incessantes. Liberte-se desses pensamentos todos, dessa busca sofrida por adequação e ao mesmo tempo por liberdade. Nossa, ser uma pessoa adequada e livre ao mesmo tempo é uma senhora ambição. Demanda a energia de uma usina. Será mesmo tão necessário pensar nisso agora? Deixe-se em paz.

Não dê tanta importância à melhor roupa para vestir, à melhor frase para o primeiro encontro, às calorias que deve queimar, à melhor resposta para quem lhe ofendeu, às perguntas que precisa fazer para se autoconhecer. Chega de se autoconhecer. Deixe-se em paz.

No fundo, estou escrevendo pra mim mesma. Não me deixo em paz. Estou sempre avaliando se agi certo ou errado, cultivo minhas dúvidas com adubo e custo a me perdoar. Tenho passe livre para o céu e também para o inferno. Preciso me deixar em paz, me largar de mão, me alforriar.

Só falta alguém ensinar como é que se faz isso.

(Martha Medeiros)

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Não me interessa saber...


Não me interessa saber como você ganha a vida...Quero saber o que mais deseja e se ousa sonhar em satisfazer os anseios do seu coração...Não me interessa saber sua idade...Quero saber se você correria o risco de parecer tolo por amor, pelo seu sonho, pela aventura de estar vivo...Não me interessa saber que planetas estão em quadratura com sua lua...O que eu quero saber é se você já foi até o fundo de sua própria tristeza, se as traições da vida o enriqueceram ou se você se retraiu e se fechou, com medo de mais dor...Quero saber se você consegue conviver com a sua dor, sem tentar escondê-la, disfarçá-la ou remediá-la...Quero saber se você é capaz de conviver com a alegria, de dançar com total abandono e deixar o êxtase penetrar até a ponta do seus dedos, sem se preocupar em ser cuidadoso, realista, ou em lembrar das limitações da condição humana...Não me interessa se a história que você me conta é verdadeira...Quero saber se é capaz de desapontar o outro para se manter fiel a si mesmo...Se é capaz de suportar uma acusação de traição e não trair sua própria alma, ou ser infiel e, mesmo assim, ser digno de confiança...Quero saber se você é capaz de enxergar a beleza no dia-a-dia, ainda que ela não seja bonita, e fazer dela a fonte da sua vida...Quero saber se você consegue viver com o fracasso, e ainda assim pôr-se de pé na beira do lago e gritar para o reflexo prateado da lua cheia - Sim!...Não me interessa saber onde você mora ou quanto dinheiro tem...Quero saber se, após uma noite de tristeza e desespero, exausto e ferido, é capaz de fazer o que precisa ser feito para voltar à vida...Não me interessa quem você conhece ou como chegou até aqui...Quero saber se vai permanecer no centro do fogo sem recuar...Não me interessa onde, o que ou com quem estudou...Quero saber o que o sustenta, no seu íntimo, quando tudo mais desmorona...Quero saber se é capaz de ficar só consigo mesmo e se nos momentos vazios realmente gosta da sua companhia... (Oriah Mountain Dreamer)

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Por Natalia Pecorone

"Todo mundo que chega a beira do abismo, ou cai ou aprende a voar."

"Saber é quase sempre mais doloroso que permanecer na ignorância."

"Suspiros sempre vem acompanhados de pensamentos, bons ou ruins."

Clarisse Lispector

"Nos piores momentos lembre-se: quem é capaz de sofrer intensamente também pode ser capaz de intensa alegria."

"Vivo numa dualidade dilacerante. Eu tenho uma aparente liberdade mas estou presa dentro de mim."

"Suponho que me entender não é uma questão de inteligência, e sim de sentir, de entrar em contato. Ou toca ou não toca."

"Faça com que eu saiba ficar com o nada e mesmo assim me sentir como se estivesse plena de tudo."

"Ora, não sou linda. Mas quando estou cheia de esperança, então de minha pessoa se irradia algo que talvez se possa chamar de beleza."

"Já segurei nas mãos de alguém por medo, já tive tanto medo, ao ponto de nem sentir minhas mãos."

"Já cai inúmeras vezes achando que não iria me reerguer, já me reergui inúmeras vezes achando que não cairia mais."

"Tenho meus limites. O primeiro deles é meu amor-próprio."

"Acredito que tudo que eu acredito hoje vai mudar com o tempo. E que, no futuro, talvez, eu acredite em menos coisas. Ou em nada mais. (...)"

"Não suporto meios termos. Por isso, não me dôo pela metade. Não sou sua meio amiga nem seu quase amor. Ou sou tudo ou sou nada."

(@frasesdeclarisse)

Sapatos Vermelhos


De educação simples e humilde.Sempre fora muito recatada, avessa a badalações.

Certo dia acordou com uma estranha vontade de querer ser notada. Decidida a isso comprou um belo par de sapatos vermelhos.

Estava pronta para o Baile.

Lá chegando se deparou com um enorme e inusitado aviso:

“Não serão permitidos:
beijos de língua,
gestos obscenos
e sapatos vermelhos”


(Augusto Nesi)

Adeus ao "em off"


Antes de o ano terminar, mais um fato explosivo: o vazamento de informações confidenciais pelo site Wikileaks, comprometendo as relações diplomáticas de diversos países e causando muitas saias justas, inclusive no Brasil. Não tenho opinião sacramentada sobre o assunto. Um lado meu tende a aplaudir que informações de trincheira venham a público, já que o que é tramado por organizações governamentais interessa a todos. Mas admito que há um certo idealismo nessa afirmação, pois dificilmente conseguiremos destituir o poder do “em off” no universo cavernoso da política. Já aqui fora, o “em off” desapareceu de vez.Outro dia, assisti a uma reportagem em que se falava da invenção de uma touca de eletrodosque, ao ser colocada na cabeça, emite sinais ao cérebro do usuário, possibilitando que ele acione comandos através da força do pensamento. Aposto: num piscar de olhos, será patenteado e vendido nas Americanas. Enão vai parar aí: as pesquisas avançam, e logo será possível ler os pensamentos de outraspessoas. Nada pode ser mais invasivo, considero um atrevimento até para com os criminosos. O pensamento é o único reduto de liberdade e privacidade que nos resta. O dia em que pudermos ler os pensamentos uns dos outros, acabou-se todo o mistério da vida.Imagino que o mercado de trabalho dos detetives não esteja fácil. Quem precisa contratar os serviços de um profissional na era do Facebook e do Twitter? Ninguém faz mais nada escondido. E se fizer, câmeras estarão filmando a criatura desde o momento em que ela sai pela porta de casa, entra no elevador, cruza a garagem do prédio, circula pelas ruas e chega ao escritório, sem falar na fiscalização dentro de bancos, restaurantes, boates, lojas, agências lotéricas e igrejas.Igrejas, sim. Não duvido.Além disso, você pode ser filmado enquanto faz sexo e pode ser fotografado por algum celular enquanto tem um ataque epilético na rua. Vai tudo para o YouTube. Todos sabem o que você fez no verão passado e no minuto que passou também.É um mundo mais seguro, reconheço. E mais rápido. Perder tempo é um esporte que ninguém mais pratica. Dar uma sumida, então, nem pensar. Não existem mais portas, não existem mais paredes. Alguém sabe exatamente onde você está, com quem e em que está pensando. Se não sabe, você mesmo irá contar.Julian Assange, o criador do site Wikileaks, justifica a revelação de documentos confidenciais com o argumento de que tem “aversão a segredos”. É uma frase que parece heroica, mas me apavora. Tudo agora é rastreável: não existe mais o secreto, o particular, o reservado. Estamos dando adeus à matériaprima da poesia, do sentimento, da introspecção, do delírio e da liberdade. Optamos por viver todos atados uns nos outros — curiosamente, com tecnologia wireless.


(Martha Medeiros)

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Eu cheiro os sons, eu ouço as cores.


A partir de agora pense como um “sinestésico”, daqui pra frente realize a leitura deste texto como um indivíduo que possa ouvir cores e cheirar sons.O Dr. Timothy Leary (1920-1996) Psicólogo e Filósofo Norte Americano, defensor e divulgador do uso do LSD ( ácido lisérgico ) elaborou mais de 20 teses científicas explorando a possibilidade de ouvir as cores e cheirar os sons através do uso de psicotrópicos.No entanto, existem pessoas que escutam os sons das cores sem o auxílio do método utilizado pelo professor Leary. Um sinestésico pode ouvir as cores e inclusive cheirar os sons.Para alguns pesquisadores a Sinestesia é um estado de confusão sensorial onde nossos sentidos confundem-se entre si e geram situações no mínimo surreais.Explicando popularmente, a sinestesia pode ser uma relação subjetiva, que se estabelece espontaneamente entre uma percepção, e outra que pertence ao domínio de um sentido totalmente diferente.Seria como um perfume invocar uma cor ou um som invocar uma imagem.Além de pitoresco, - e ao meu ver extremamente prazeroso - este fenômeno permite investigar um universo totalmente inédito onde nos damos conta de que quem realmente vê, sente e escuta não é o olho, o tato ou o ouvido, mas sim o cérebro.Para um portador de Sinestesia todas as cores possuem um sentido absolutamente ímpar, exclusivamente singular. As finalidades dadas ao uso das cores passam a ser um mero detalhe, quebrando inclusive as teorias de Cromoterapia, de Pintura Estética, de Marketing e de Propaganda que associam o uso de determinadas cores para divulgação, venda e consumo de alguns produtos.Quando descobri a Sinestesia através de um livro do Doutor Timothy Leary fiquei realmente impressionado, confesso que um pouco solícito e preocupado com os efeitos irreversíveis que uma pessoa portadora de tal anomalia apresenta, mas logo em seguida meus desejos e pensamentos foram da compaixão à inveja.Fiquei curioso e perplexo, sedento por novas informações recorri aos mais variados temas que abordassem o assunto.E inconscientemente, tornei-me um especialista no mesmo.Deixei de considerar o fato de que um sinestésico possa ter eventuais problemas profissionais ou melindres de adaptação social, exclui a possibilidade do surgimento de uma paranóia ou uma loucura e passei alguns dias tentando inutilmente decifrar o cheiro que exalava da música “Haja o que Houver” do conjunto português Madredeus, com o mesmo ímpeto fiz papel de louco tentando conversar com um sofá azul que tem na minha sala.Procurei afoito rever todas as grandes pinturas, de Rafael a Basquiat e por incrível que pareça - pasmem - ouvi uma voz saindo do quadro “ O grito “ do Norueguês Edvard Munch.Os “Girassóis” então...Deixaram-me quase surdo, como era seu pintor.Passaram-se alguns dias e treinando minha percepção sinestésica voluntária me aproximei rente a uma famosa gravura e recebi um singelo Bom-dia. Adivinhem de quem: da própria “La Gioconda”.Tornei-me um apreciador fervoroso dos tons pastéis, são os que mais falam coisas belas e o azul passou a ser meu confidente oficial, sempre prestativo, altruísta e otimista.Minha imaginação estava dando saltos de alegria, meus olhos lacrimejavam, meus sentidos totalmente enlouquecidos não sabiam mais pra que serviam, as pessoas olhavam preocupadas ao me verem cheirando sons que saiam dos autofalantes e ao invés de observar quadros e pinturas com aquela postura característica e ereta, eu logo me lançava com o ouvido direito em frente à imagem.Através de experiências práticas compreendi o porque é tão usual relacionarmos a cor vermelha ao amor e a paixão.Quem usa vermelho sempre tem uma segunda intenção.Custei a perceber os benefícios que minha fértil fantasia havia trazido para minha compreensão de forma, volume, textura, tempo e espaço, fiquei até preocupado em tornar-me um louco, esquizofrênico e desqualificado, foi então que voltei à leitura do Professor Leary, mas descobri que em momentos antes de sua morte suas únicas palavras foram: - Por que não!!!Passei a acreditar em mim novamente, voltei a acreditar nos sons das cores, nos cheiros dos sons, afinal...Se hoje eu acreditasse somente no que eu vejo...Eu não poderia fazer poesia. “Quem foi que disse que as cores não têm cheiro?”.O cheiro da cor cinza, está na cinza do cinzeiro...”

(Augusto Nesi)

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Cafona


1 – Gente que tenta impor a sua religião a qualquer custo, como se fosse a verdade única. Isso é mais cafona que pochete de nylon.

2 – Pessoas que se preocupam mais com a vida sexual alheia do que com a sua própria. Isso é mais cafona que piranha no cós da calça.

3 – Pessoas que fingem gostar de um vinho, que fingem entender um vinho, que fingem saborear um vinho, mas criam caso na hora de pagar os 10% do garçom. Isso é mais cafona que escutar funk no último volume em um carro tunado e com a roda rebaixada.

4 – Cafona pra mim é dar em cima de homem casado, acompanhado e com namorada. Mais até que ir à feira com bobs no cabelo.

5 – Cafona para mim, é homem que diz “EU TE AMO”, sendo que isso não é verdade. Que diz “TÔ COM SAUDADE”, e isso não é verdade. E “ESTOU PENSANDO EM VOCÊ”, não sendo verdade. Aliás, homens que brincam com sentimentos alheios, deveriam parar na cadeira elétrica. Isso é mais cafona do que perguntar se foi bom, depois de uma transa.

6 – Cafona pra mim é gente que usa da bebida ou da droga para ficar muito louca, muito doida, muito sem chão. Porque aí, qualquer coisa que der errado, foi culpa do “psicodélico”. Isso é mais cafona que coçar a cabeça disfarçadamente com o garfo de comida.

7 – Cafona pra mim é mulher que finge que é puta, sendo que na verdade é uma romântica. Coloca mini-saia, mas queria ganhar uma caixinha de músicas. Coloca espartilho, mas queria, na verdade, pipoca com DVD. Fingir um apetite sexual que não é seu é muito cafona. Isso é mais cafona do que ir na padaria de chinelo de dedo e meia.

8 – Cafona pra mim é não dar bom dia, boa tarde e boa noite para porteiros, cobradores de ônibus ou qualquer pessoa que te sirva. Odeio quem subestima as pessoas. Não acho elegante, não acho fashion, não acho humano. Isso é mais cafona que usar revista velha como papel higiênico.

9 – Acho muito cafona gente que usa o nome de Deus em vão para disfarçar um pré- conceito, uma idéia, uma opinião e com isso, manter toda uma hipocrisia por trás do escudo da fé. Como Deus não está aqui para se defender, vira alvo fácil dessa gente. Isso é mais cafona que esconder comida quando a visita chega em casa.

10 – Acho muito cafona quem critica os novos ricos e os deslumbrados. Se existe novo rico, é sinal de que o dinheiro muda de mão. E se o dinheiro muda de mão, é sinal de que há esperança. E se há esperança, a vida vale à pena. Não gostar dos novos ricos é mais cafona que ir em festa de Cosme e Damião só para comer doces.

(Evandro Santo - Cristian Pior)

Do It!

Tá cansada, senta Se acredita, tenta Se tá frio, esquenta Se tá fora, entra Se pediu, agüenta Se pediu, agüenta...Se sujou, cai fora Se dá pé, namora Tá doendo, chora Tá caindo, escora Não tá bom, melhora Não tá bom, melhora...Se aperta, grite Se tá chato, agite Se não tem, credite Se foi falta, apite Se não é, imite...Se é do mato, amanse Trabalhou, descanse Se tem festa, dance Se tá longe, alcance Use sua chance Use sua chance...Hê Hô, Hum! Nanananã! Hê Hô, Hum! Nanananã! Hê Hô, Hum! Nanananã! Hê Hô!, Hum!...Se tá puto, quebre Ta feliz, requebre Se venceu, celebre Se tá velho, alquebre Corra atrás da lebre Corra atrás da lebre...Se perdeu, procure Se é seu, segure Se tá mal, se cure Se é verdade, jure Quer saber, apure Quer saber, apure...Se sobrou, congele Se não vai, cancele Se é inocente, apele Escravo, se rebele Nunca se atropele...Se escreveu, remeta Engrossou, se meta E quer dever, prometa Prá moldar, derreta Não se submeta Não se submeta...Hê Hô, Hum! Nanananã! Hê Hô, Hum! Nanananã! Hê Hô, Hum! Nanananã! Hê Hô! Hum!...(2x)

“Quem só acredita no visível tem um mundo muito pequeno.” (Caio Fernando de Abreu)

O que significa dezembro???


Os dezembros possuem um aroma almiscarado de saudade com esperança.
Dezembro é a encruzilhada, princípio e fim ao mesmo tempo, o ano corrente se despede enquanto o ano novo vem venturoso e repleto de possibilidades.
Dezembro é sempre mágico, é o encontro ímpar de passado e futuro, é a hora da reflexão e dos desejos, de enxugar as lágrimas do que não volta mais, e do sorriso de expectativa.
Dezembro é Natal, é beleza, é o momento da redenção, da Fé, do perdão, de lembrar dos esquecidos, dos desesperados, de enxergar além do próprio umbigo.
Dezembro é o mês de sermos mais humanos e estarmos mais sensíveis.
Dezembro é exceção, mas deveria ser rotina, é exemplo e deveria ser seguido.
Dezembro é o mês em que nos tornamos melhores, seja para compensarmos o que não fomos o ano todo, seja para começarmos a mudar para o ano que chega.
Dezembro é festa.Reveillon, pedidos escritos a lápis em papéis virgens e raramente lembrados depois, flores jogadas ao mar com refluxo ansiosamente aguardado e, crenças repentinas e fugazes que geralmente se dissipam com a fumaça dos fogos.
É promessa de mudança, é chama acesa! É tempo de saudade dos que não estão mais conosco e abrilhantavam nossos dias ou mesmo eram a razão principal deles.
É hora de repensar os erros e não mais comete-los, é o
momento de repassar os acertos e aprimorá-los.
Dezembro é o prelúdio do futuro, é a chave do recomeço, é a estação final do
passado, a conexão com o futuro, o momento de arquivar o que passou
de forma que possa ser facilmente consultado depois.
Dezembro é extremo,vé decisivo, é palco de todas as recordações,
é mais um álbum que se fecha.
Dezembro é quando eu me lembro mais da minha impermanência e de que sou só um grão de areia oscilando ao sabor das dunas intermitentes do destino que nunca cansam de se modificar. BOM DEZEMBRO PARA VOCÊ!!!

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Amigo


"Pode ser q um dia deixemos de nos falar...

Mas, enquanto houver amizade, faremos as pazes de novo.

Pode ser que o tempo passe...

Mas, se a amizade permanecer, um do outro irá se lembrar.

Pode ser que um dia nos afastemos...

Mas, se formos amigos de verdade, a amizade nos reaproximara.

Pode ser que um dia não mais existamos...

Mas, se ainda sobrar amizade, nasceremos de novo um para outro.

Pode ser que um dia tudo acabe...

Mas, com amizade construiremos tudo novamente cada vez de forma diferente, sendo único e inesquecível cada momento que juntos viveremos e nos lembraremos para sempre."

Carroça Vazia.


Certa manhã, meu pai, muito sábio, convidou-me a dar um passeio no bosque e eu aceitei com prazer. Ele se deteve numa clareira depois de um pequeno silêncio me perguntou:

- Além do cantar dos pássaros, você está ouvindo alguma coisa?

Apurei os ouvidos alguns segundos e respondi:

- Estou ouvindo um barulho de carroça.

- Isso mesmo, disse meu pai, e uma carroça vazia.

Perguntei ao meu pai:

- Como pode saber que a carroça está vazia. se ainda não a vimos?

- Ora, respondeu meu pai. É muito fácil saber que uma carroça estávazia por causa do barulho. Quanto mais vazia a carroça maior o barulho que faz.

Tornei-me adulto, e até hoje, quando vejo uma pessoa falando demais, gritando (no sentido de intimidar), tratando o próximo com grossura inoportuna, prepotente, interrompendo a conversa de todo mundo e, querendo demonstrar que é a dona da razão e da verdade absoluta, tenho a impressão de ouvir a voz de meu pai dizendo:

"Quanto mais vazia a carroça, mais barulho ela faz..."

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Amor aos animais!


"A compaixão pelos animais está intimamente ligada a bondade de caráter, e pode ser seguramente afirmado que quem é cruel com os animais não pode ser um bom homem."
(Arthur Schopenhauer)

"Não me interessa nenhuma religião cujos princípios não melhoram nem tomam em consideração as condições dos animais." (Abraham Lincoln)



Virá o dia em que a matança de um animal será considerada crime tanto quanto o assassinato de um homem." (Leonardo da Vinci)

"A vida é valor absoluto. Não existe vida menor ou maior, inferior ou superior. Engana-se quem mata ou subjuga um animal por julgá-lo um ser inferior. Diante da consciência que abriga a essência da vida, o crime é o mesmo." (Olympia Salete)

"Jamais creia que os animais sofrem menos do que os humanos. A dor é a mesma para eles e para nós. Talvez pior, pois eles não podem ajudar a si mesmos." (Dr. Louis J. Camuti)

"O justo olha pela vida dos seus animais." (Provérbios 12:10)

terça-feira, 16 de novembro de 2010

A dura vida dos que voltam à academia

Eu tenho essa relação com atividade física que é assim, uma coisa meio estranha. Porque eu posso passar anos totalmente sedentária, sem a menor vontade de malhar/correr/jogar, como também consigo ficar grandes períodos pensando/respirando/vivendo para aquilo.
Depois de três anos longe de qualquer exercício maior que sexo – que, convenhamos, pode ser um baita dum exercício -, chegou a época de virar uma fitnessholic novamente. A vantagem é que ficarei extremamente gostosa (e nada modesta); se vc não acredita, aguarde uns meses e verá. A desvantagem é que eu deixarei de dormir e comer batata frita (entre otras cositas más) porque o todo poderoso treino não permite.


Enfim. É claro que, antes de atingir esse nirvana da esteira, tive que passar por uma grande dose inicial de humilhação, comumente conhecida por Avaliação Física da Academia.


Eu entendo muito bem o motivo de nos obrigarem a fazer a avaliação física: nego quer alguma evidência precisa de que são pequenas as chances de eu ter um piripaque enquanto aqueço na bicicleta. Mas não é só isso; trata-se também de um ritual prévio necessário para que vc passe a adorar o deus da malhação (e eu não estou falando do Fiuk).
Resumindo: é uma maneira de dizer que vc está gordo e precisa emagrecer com fundamentos técnicos.

O processo começa com pesagem e medição de altura. Eu havia me pesado 15 minutos antes da avaliação e, portanto, sabia muito bem os números que a balança ia marcar. Ainda assim, fiquei espantada por ouví-los na voz de outra pessoa. Porque não é fácil ouvir que vc está gorda na forma de números. E, não obstante, descobri ainda que sou quatro centímetros mais baixa do que imaginava. Double fail.

Daí que o segundo passo é a medição das gorduras do corpo com uma pinça. A pessoa, na maior intimidade, sem te preparar para o pior, vai e agarra partes roliças da sua anatomia com uma pinça chamada adipômetro, separando banha de músculo. E ela não faz isso em apenas um local, mas em três: lateral da pança, molinho do braço e frente das coxas.


Aí fica aquela coisa: vc e um total estranho conferindo os três dedos de capa de gordura que tem na sua perna. Gostoso. Situação super natural e confortável.
Tudo com o intuito de se chegar a um número mágico, o seu índice de gordura corpórea. Um número que diga: se vc fosse espremido num tanque, quantos porcento seriam de gordura? O meu resultado foi 24%. Um quinto quarto do meu corpo é banha pura. Analisa isso.
Vc estuda montes de anos, aguenta chefe turrão no trabalho, marido enchendo o saco, jornal com mijo de cachorro e, no fim, vc é 24% de gordura. É só isso o que importa.


Aí tem a segunda parte, a da esteira. Essa é a melhor.
Te colocam numa esteira por doze minutos para CORRER. Mas não só correr: correr a velocidades que AUMENTAM automaticamente. E chegam até, seila, muitos quilômetros por hora. Tantos que vc não consegue TERMINAR o teste. Olha que mágico. E tudo isso com uma máscara de piloto do Top Gun grudada no rosto (kkkkkkkk), te asfixiando lentamente.
É um deleite só.


Essa é a humilhação inicial. Agora vou te contar das pequenas humilhações diárias, que são em doses um pouco mais homeopáticas.
Essa academia em que estou malhando só tem deusa. Sabe modelo de propaganda de cerveja? Então. Todas elas fizeram matrícula nessa academia e malham comigo. Para vc ter uma ideia, eu malho com a seca da Grazi Massafera (nos encontramos no vestiário, BFF).


E aí é aquela coisa. Elas de top e calça CLARA, mega atochada na bunda perfeita, eu de bermuda e camiseta. Elas na aula de local com caneleiras de 12 kgs em cada perna, eu sofrendo com as caneleiras de 2 kgs. Elas de piercing nas barrigas perfeitas, eu escondendo o pneu Michelin. Hahahaha, delícia. Heróico. This is Sparta.

Mas eu sigo com fé. Tanta fé que sábado faço minha primeira prova:
vou correr os 5k da Fila Night Run.
Torçam por mim.
(Rachel Juraski)

quinta-feira, 4 de novembro de 2010


“A consciência de amar e ser amado traz um conforto e riqueza à vida que nada mais consegue trazer.” (Oscar Wilde)

Amor


"...Eu vou lutar até morrer pelo que amo.
E quem sabe um dia poderei olhar para o lado e ver que mais uma pessoa chora pela causa que eu também estou a chorar, e poderei abraça-la, e dizer que conseguiremos.
Não me importo de andar na contra mão.
Não me importo de ir contra a corrente,
Contanto que eu siga o que amo firmemente!"

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Mude e Marque

O cérebro humano mede o tempo por meio da observação dos movimentos. Se alguém colocar você dentro de uma sala branca vazia, sem nenhuma mobília, sem portas ou janelas, sem relógio... você começará a perder a noção do tempo. Por alguns dias, sua mente detectará a passagem do tempo sentindo as reações internas do seu corpo, incluindo os batimentos cardíacos, ciclos de sono, fome, sede e pressão sanguínea. Isso acontece porque nossa noção de passagem do tempo deriva do movimento dos objetos, pessoas, sinais naturais e da repetição de eventos cíclicos, como o nascer e o pôr do sol. Compreendido este ponto, há outra coisa que você tem que considerar: nosso cérebro é extremamente otimizado. Ele evita fazer duas vezes o mesmo trabalho. Um adulto médio tem entre 40 e 60 mil pensamentos por dia. Qualquer um de nós ficaria louco se o cérebro tivesse que processar conscientemente tal quantidade. Por isso, a maior parte destes pensamentos é automatizada e não aparece no índice de eventos do dia e, portanto, quando você vive uma experiência pela primeira vez, ele dedica muitos recursos para compreender o que está acontecendo. É quando você se sente mais vivo. Conforme a mesma experiência vai se repetindo, ele vai simplesmente colocando suas reações no modo automático e "apagando" as experiências duplicadas. Se você entendeu estes dois pontos, já vai compreender porque parece que o tempo acelera, quando ficamos mais velhos e porque os Natais chegam cada vez mais rapidamente.. Quando começamos a dirigir automóveis, tudo parece muito complicado, nossa atenção parece ser requisitada ao máximo. Então, um dia dirigimos trocando de marcha, olhando os semáforos, lendo os sinais ou até falando ao celular ao mesmo tempo. Como acontece? Simples: o cérebro já sabe o que está escrito nas placas (você não lê com os olhos, mas com a imagem anterior, na mente). O cérebro já sabe qual marcha trocar (ele simplesmente pega suas experiências passadas e usa, no lugar de repetir realmente a experiência). Em outras palavras, você não vivenciou aquela experiência, pelo menos para a mente. Aqueles críticos segundos de troca de marcha, leitura de placa... São apagados de sua noção de passagem do tempo. Quando você começa a repetir algo exatamente igual, a mente apaga a experiência repetida. Conforme envelhecemos, as coisas começam a se repetir, as mesmas ruas, pessoas, problemas, desafios, programas de televisão, reclamações... enfim... as experiências novas (aquelas que fazem a mente parar e pensar de verdade, fazendo com que seu dia pareça ter sido longo e cheio de novidades), vão diminuindo. Até que tanta coisa se repete que fica difícil dizer o que tivemos de novidade na semana, no ano ou, para algumas pessoas, na década. Em outras palavras, o que faz o tempo parecer que acelera é a... Rotina. Não me entenda mal. A rotina é essencial para a vida e otimiza muita coisa, mas a maioria das pessoas ama tanto a rotina que, ao longo da vida, seu diário acaba sendo um livro de um só capítulo, repetido todos os anos. Felizmente há um antídoto para a aceleração do tempo: M & M ( Mude e Marque). Mude, fazendo algo diferente e marque, fazendo um ritual, uma festa ou registros com fotos. Mude de paisagem, tire férias com a família (sugiro que você tire férias sempre e, preferencialmente, para um lugar quente, um ano, e frio no seguinte) e marque com fotos, cartões postais e cartas. Tenha filhos (eles destroem a rotina) e sempre faça festas de aniversário para eles, e para você (marcando o evento e diferenciando o dia). Use e abuse dos rituais para tornar momentos especiais diferentes de momentos usuais. Faça festas de noivado, casamento, 15 anos, bodas disso ou daquilo, bota-foras, participe do aniversário de formatura de sua turma, visite parentes distantes, entre na universidade com 60 anos, troque a cor do cabelo, deixe a barba, tire a barba, compre enfeites diferentes no Natal, vá a shows, cozinhe uma receita nova, tirada de um livro novo. Escolha roupas diferentes, não pinte a casa da mesma cor, faça diferente. Beije diferente sua paixão e viva com ela momentos diferentes. Vá a mercados diferentes, leia livros diferentes, busque experiências diferentes. Seja diferente. Se você tiver dinheiro, especialmente se já estiver aposentado, vá com seu marido, esposa ou amigos para outras cidades ou países, veja outras culturas, visite museus estranhos, deguste pratos esquisitos... em outras palavras... V-I-V-A. Porque se você viver intensamente as diferenças, o tempo vai parecer mais longo. E se tiver a sorte de estar casado(a) com alguém disposto(a) a viver e buscar coisas diferentes, seu livro será muito mais longo, muito mais interessante e muito mais v-i-v-o... do que a maioria dos livros da vida que existem por aí. Cerque-se de amigos. Amigos com gostos diferentes, vindos de lugares diferentes, com religiões diferentes e que gostam de comidas diferentes. Enfim, acho que você já entendeu o recado, não é? Boa sorte em suas experiências para expandir seu tempo, com qualidade, emoção, rituais e vida...

Por Airton Luiz Mendonça (Artigo do jornal o Estado de São Paulo)

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Na terra do 'se'

Se quem luta por um mundo melhor soubesse que toda revolução começa por revolucionar antes a si próprio.
Se aqueles que vivem intoxicando sua família e seus amigos com reclamações fechassem um pouco a boca e abrissem suas cabeças, reconhecendo que são responsáveis por tudo o que lhes acontece.
Se as diferenças fossem aceitas naturalmente e só nos defendêssemos contra quem nos faz mal.
Se todas as religiões fossem fiéis a seus preceitos, enaltecendo apenas o amor e a paz, sem se envolver com as escolhas particulares de seus devotos.
Se a gente percebesse que tudo o que é feito em nome do amor (e isso não inclui o ciúme e a posse) tem 100% de chance de gerar boas reações e resultados positivos.
Se as pessoas fossem seguras o suficiente para tolerar opiniões contrárias às suas sem precisar agredir e despejar sua raiva.
Se fôssemos mais divertidos para nos vestir e mobiliar nossa casa, e menos reféns de convencionalismos.
Se não tivéssemos tanto medo da solidão e não fizéssemos tanta besteira para evitá-la.
Se todos lessem bons livros.
Se as pessoas soubessem que quase sempre vale mais a pena gastar dinheiro com coisas que não vão para dentro dos armários, como viagens, filmes e festas para celebrar a vida.
Se valorizássemos o cachorro-quente tanto quanto o caviar.
Se mudássemos o foco e concluíssemos que infelicidade não existe, o que existe são apenas momentos infelizes.
Se percebêssemos a diferença entre ter uma vida sensacional e uma vida sensacionalista.
Se acreditássemos que uma pessoa é sempre mais valiosa do que uma instituição: é a instituição que deve servir a ela, e não o contrário.
Se quem não tem bom humor reconhecesse sua falta e fizesse dessa busca a mais importante da sua vida.
Se as pessoas não se manifestassem agressivamente contra tudo só para tentar provar que são inteligentes.
Se em vez de lutar para não envelhecer, lutássemos para não emburrecer.
Se.
[Martha Medeiros]

terça-feira, 21 de setembro de 2010

José Saramago


"Quando eu morrer... se pusessem uma lápide no lugar onde ficarei, poderia ser algo assim: "Aqui ja, indignado, fulano de tal." Indignado, claro por duas razões: a primeira, por já não estar vivo, o que é motivo bastante forte para indignar-se; e a segunda, mais séria, indignado por ter entrado num mundo injusto e ter saído de um mundo injusto."

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Lembre-se do PORCO!

Um fazendeiro colecionava cavalos e só faltava uma determinada raça, um dia ele descobriu que seu vizinho tinha este determinado cavalo. Assim, ele atazanou seu vizinho até conseguir comprá-lo. Um mês depois o cavalo adoeceu, e ele chamou o veterinário que disse:
- Bem, seu cavalo está com uma virose, é preciso tomar este medicamento durante três dias. No 3º dia eu retornarei e caso ele não esteja melhor será necessário sacrificá-lo.
Neste momento, o porco escutava a conversa.
No dia seguinte, deram o medicamento e foram embora.
O porco se aproximou do cavalo e disse: -Força amigo, levanta daí senão será sacrificado!!!.
No segundo dia, deram o medicamento e foram embora.
O porco se aproximou novamente e disse: - Vamos lá amigão, levanta senão você vai morrer! Vamos lá, eu te ajudo a levantar. Upa! Um, dois, três...
No terceiro dia, deram o medicamento e o veterinário disse:
- Infelizmente vamos ter que sacrificá-lo amanhã, pois a virose pode contaminar os outros cavalos. Quando foram embora, o porco se aproximou do cavalo e disse: - Cara, é agora ou nunca! Levanta logo, upa! Coragem! Vamos, vamos! Upa! Upa! Isso, devagar! Ótimo, vamos, um, dois, três, legal, legal, agora mais depressa, vai....fantástico! Corre, corre mais! Upa! Upa! Upa! Você venceu campeão!!!.
Então, de repente o dono chegou, viu o cavalo correndo no campo e gritou:
- Milagre!!! O cavalo melhorou, isso merece uma festa! Vamos matar o porco!.

Pontos de Reflexão: Isso acontece com freqüência no ambiente de trabalho. Ninguém percebe qual é o funcionário que realmente tem mérito pelo sucesso, ou que está dando o suporte para que as coisas aconteçam.

SABER VIVER SEM SER RECONHECIDO É UMA ARTE!

PROCURE SER UMA PESSOA DE VALOR, AO INVÉS DE UMA PESSOA DE SUCESSO!

terça-feira, 31 de agosto de 2010

Tempo.

"Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já tem a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia: e, se não ousarmos fazê-la,
teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos."

O Tempo Não Volta!

Quantas vezes você esteve com alguém que não era quem você queria e sua cabeça não estava ali?
E quantas vezes no momento em que não pôde sentir esta pessoa em seus braços, sentiu sua falta?
Você já parou pra pensar no que machuca mais:
Fazer algo e desejar que não tivesse feito, ou não fazer e desejar que tivesse?
Você já teve medo de começar um relacionamento? Medo de não ser a hora ou a pessoa certa?
Ou medo de começar e a pessoa que voce ama querer voltar, e você não saber como agir, e o jeito é esperar? Mais por voce esperar voce acaba sendo criticada, por deixar de viver por ele, e você vai dizer e ninguem nunca te entende, já aconteceu isso?
Seu coração não escolhe quem amar, e faz por conta própria, quando você menos espera, ou mesmo quando você não quer.
Quantas vezes você deixou passar momentos importantes que não voltam mais?
Quantas vezes você quis esquecer uma história ou alguém, que permaneceu
na sua cabeça por um tempo longo?
Você já se sentiu sozinho mesmo cercado de um monte de pessoas?
Ou já beijou alguém que fez a multidão sumir?
Você já passou um dia sentindo muitas saudades do que viveu?
E ja teve muito vontade de voltar no tempo só pra viver tudo de novo?
Já desejou com todas as forças que o tempo parasse enquanto voce estava nos braços dele? Mais o tempo não parou e voce teve que acordar do sonho?
Você já viveu uma situação tão boa e feliz que até deu medo de tudo ser muito passageiro?
Alguma vez você passou por cima do seu orgulho pra correr atrás do que queria?
Você já viu a força que tem, quando apostou todas as suas
fichas em algo que acreditava e perdeu?
Quantas vezes uma pessoa a quem você não dava nada, foi o primeira a te ajudar?
E quantas vezes aquela que você mais esperava gratidão, te deu às costas e
te decepcionou sem você nunca saber o porque?
Você já se achou bobo, ridículo, por insistir em algo que não valia a pena?
Teve algum dia que você acabou ficando com alguém apenas pra não ficar sozinho?
Você já passou por um dia em que tudo deu errado, mas no final aconteceu algo maravilhoso?
E também já aconteceu algo em que tudo deu certo, exceto pelo final que estragou o que parecia perfeito?
Você já chorou porque lembrou de alguém que amava e não pode viver intensamente isso com essa pessoa?
Você já reencontrou um grande amor do passado e viu que ele mudou e que tudo também faz outro sentido pra você? E por isso descobriu que ele é seu grande amor do presente, e provavelmente num certo ponto de videntismo, voce sabe que ele é o grande amor do seu futuro? Para essas perguntas existem muitas respostas. Mas o importante sobre elas não é a resposta em si, e sim o que sentimos em cada uma dessas situações. O sentimento e as lembranças que ficam de cada história. Todos nós erramos, julgamos mal, somos bons e somos cruéis, amamos, sofremos, tivemos momentos alegres e outros às vezes tão tristes. E todos um dia não tiveram coragem e hoje se arrependem, ou não. Todos já fizeram uma coisa quando o coração mandava fazer outra. Então qual a moral disso tudo? Vá à luta! Antes que seja tarde! Bola pra frente! Não continue pensando nas suas fraquezas e erros. Daqui por diante, faça um acordo consigo mesmo e lute! Não abaixe a cabeça! Faça tudo que puder pra ser feliz hoje. Releve. Esqueça. Não deite com mágoas no coração. Não durma sem fazer ao menos uma pessoa feliz. E comece com você! Não esqueça, quando aparecer uma oportunidade segure-a, pois o tempo não volta!
O que fazemos e nos arrependemos é aprendizado e o que não fizemos??? Muitas vezes é lamento!

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Cachorro!


Se um cachorro fosse professor, você aprenderia coisas assim:
Quando alguém que você ama chega em casa, corra ao seu encontro.
Nunca perca uma oportunidade de ir passear.
Permita-se experimentar o ar fresco do vento no seu rosto.
Mostre aos outros que estão invadindo o seu território.
Tire uma sonequinha no meio do dia e espreguice antes de levantar.
Corra, pule e brinque todos os dias.
Tente se dar bem com o próximo e deixe as pessoas te tocarem.
Não morda quando um simples rosnado resolve a situação.
Em dias quentes, pare e role na grama, beba bastante líquidos e
deite debaixo da sombra de uma árvore.
Quando você estiver feliz, dance e balance todo o seu corpo.
Não importa quantas vezes o outro te magoa, não se
sinta culpado...volte e faça as pazes novamente.
Aproveite o prazer de uma longa caminhada.
Se alimente com gosto e entusiasmo.
Coma só o suficiente.Seja leal.
Nunca pretenda ser o que você não é.
E o MAIS importante de tudo....
Quando alguém estiver nervoso ou triste, fique em silêncio,
fique por perto e mostre que você está ali para confortar.
A amizade verdadeira não aceita imitações!!!
E NÓS PRECISAMOS APRENDER ISTO COM UM ANIMAL QUE DIZEM SER IRRACIONAL!!!!



terça-feira, 24 de agosto de 2010

Foda-se! (e a praga)


Que seus sonhos não se realizem

Que o peido saia molhado

Que o bolo não cresça

pra nenhum lado

Que macacos lhe mordam

Que fique menstruada na praia

Que ninguém lembre do seu aniversário

Tomara que caia!

Que uma bala perdida encontre sua bunda

Que pegue bicho de pé no nariz

Que sonhe com hebe camargo pelada

pedindo bis

Que a manicure arranque picanhas do seu dedo

Que sua caipirinha venha com sal

Que na fila pra assistir o filme de suspense

alguém conte o final

Que sua galinha pare de botar ovos

Que pisem em sua joanete

Que sua samambaia pegue sarampo

e tenha diabete

Que ninguém note seu corte de cabelo

Que ele não ligue sequer

Que sua contagem regressiva

termine em malmequer

Que seu time desça pra segunda divisão

Que sua calça rasgue no cós

Que um pombo cague no seu terno hugo boss

Que seus seios caiam feito as torres gêmeas

Que seu marido mije no chão

Que chova e vente assim que sair do salão

Que você perca o emprego fantasma

Que ganhe um emprego de carne e osso

Que seu filho arranje uma namorada

com aquilo roxo

Que seu bilhete premiado da loteria

dissolva na máquina de lavar

Que cresça bigode em sua noiva

assim que se casar

Que a vida jogue merda no seu ventilador

e que apesar do peso

continue cagando e andando

com pés ilesos...


(Marcelo Ferrari)

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Obrigada por Insistir!

Até o mais seguro dos homens e a mais confiante das mulheres já passaram por um momento de hesitação, por dúvidas enormes e dúvidas mirins, que talvez nem merecessem ser chamadas de dúvidas, de tão pequenas. Vacilos, seria melhor dizer.
Devo ir a este jantar, mesmo sabendo que a dona da casa não me conhece bem?
Será que tiro o dinheiro do banco e invisto nesta loucura?
Devo mandar um e-mail pedindo desculpas pela minha negligência?
Nesta hora, precisamos de um empurrãozinho. E é aos empurradores que dedico esta crônica, a todos aqueles que testemunham os titubeios alheios e dizem: vá em frente!
“Obrigada por insistir para que eu pintasse, que eu escrevesse, que eu atuasse, obrigada por perceber em mim um talento que minha autocrítica jamais permitiria que se desenvolvesse.”
"Obrigada por insistir para que eu saia de casa, quando minha unica vontade é dormir"
“Obrigada por insistir para que eu fosse visitar meu pai no hospital, eu não me perdoaria se não o tivesse visto e falado com ele uma última vez, eu não teria ido se continuasse sendo regida apenas pela minha teimosia e orgulho.”
“Obrigada por insistir para que eu esquecesse um pouco minha mania de organização e viajasse para curtir a vida, do contrário eu ficaria para sempre medindo moedas e nunca indo longe para aproveitar."
“Obrigada por insistir para que eu fizesse o exame, para que eu não fosse covarde diante das minhas fragilidades, só assim pude descobrir o que trago no corpo para tratá-lo a tempo. Não fosse por você, eu teria deixado meu medo de saber crescer e me engolir.”
"Obrigada por me mostrar em momentos de desespero que não pode chover para sempre."
“Obrigada por insistir para eu voltar pra você, para eu deixar de ser adolescente e aceitar uma vida a dois, uma família, uma serenidade que eu não suspeitava. Eu não sabia que amava tanto você e que havia lhe dado boas pistas sobre isso, como é que você soube antes de mim?”
“Obrigada por insistir para que eu deixasse você, para que eu fosse seguir minha vida, obrigada pela sua confiança de que seríamos melhores amigos do que amantes, eu estava presa a uma condição social que eu pensava que me favorecia, mas nada me favorece mais do que esta liberdade para a qual você, que me conhece melhor do que eu mesma, apresentou-me como saída.”
“Obrigada por insistir para que eu não fosse àquela festa, eu não teria agüentado ver os dois juntos, eu não teria aturado, eu não evitaria outro escândalo, obrigada por ficar segurando minha mão e ter trancado minha porta.”
“Obrigada por insistir para eu não pintar o cabelo, obrigada por insistir para eu dançar com você, obrigada por insistir para eu voltar a estudar, obrigada por insistir para eu não desistir da vida, obrigada por insistir para eu fazer aquele teste, obrigada por insistir para eu me tratar, obrigada por insistir em me mostrar que acreditar nas pessoas ainda vale a pena, obrigada por insistir em dizer que estou linda mesmo quando me sinto a mais feia das criaturas .”
Em tempos em que quase ninguém se olha nos olhos, em que a maioria das pessoas pouco se interessa pelo que não lhe diz respeito, só mesmo agradecendo àqueles que percebem nossas descrenças, indecisões, suspeitas, tudo o que nos paralisa, e gastam um pouco da sua energia conosco, insistindo.
Obrigada

O Capim!

Na faculdade o professor se dirige ao aluno e pergunta:
-Quantos rins nós temos?
-Quatro! - Responde o aluno.
-Quatro? - Replica o professor, arrogante, daqueles que sentem prazer em tripudiar sobre os erros dos alunos.
-Traga um feixe de capim, pois temos um asno na sala. - ordena o professor a seu auxiliar.
-E para mim um cafezinho! - Replicou o aluno ao auxiliar do mestre.
O professor ficou irado e expulsou o aluno da sala.
O aluno era, entretanto, o humorista Aparício Torelly Aporelly (1895-1971), mais conhecido como o 'Barão de Itararé'. Ao sair da sala, o aluno ainda teve a audácia de corrigir o furioso mestre:
-O senhor me perguntou quantos rins 'nós temos'. 'Nós' temos quatro: dois meus e dois seus. 'Nós' é uma expressão usada para o plural.Tenha um bom apetite e delicie-se com o capim.

A vida exige muito mais compreensão do que conhecimento! Às vezes as pessoas, por terem um pouco a mais de conhecimento ou 'acreditarem' (ADOREI ESSA!) que o tem, se acham no direito de subestimar os outros...
E haja capim para os que se acham os bom da boca!!!


quinta-feira, 29 de julho de 2010

Chico Xavier

Três verbos existem que, bem conjugado, serão lâmpadas luminosas em nosso caminho – Aprender,Servir e Cooperar.


Três atitudes exigem muita atenção – Analisar, Reprovar e Reclamar.

Dê três normas de conduta jamais nos arrependeremos – Auxiliar com a intenção do bem, Silenciar e Pronunciar frases de bondade e estímulo.

Três diretrizes manter-nos-ão, invariavelmente, em rumo certo – Ajudar sem distinção , Esquecer todo mal e Trabalhar sempre.

Três posições devemos evitar em todas as circunstâncias – Maldizer, Condenar e Destruir.


Possuímos três valores que, depois de perdidos, jamais serão recuperados – A hora que passa, A oportunidade e A palavra falada.

Três programas sublimes se desdobram à nossa frente, revelando-nos a glória da Vida Superior – Amor, Humildade e Bom ânimo.


Que o Senhor nos ajude, pois, em nossas necessidades, a seguir sempre três abençoadas regras de salvação



*Corrigir em nós o que nos desagrada em outras pessoas.

*Amparar-nos mutuamente.





*Amar-nos uns aos outros

quarta-feira, 21 de julho de 2010

A Alegria na Tristeza!

O título desse texto na verdade não é meu, e sim de um poema do uruguaio Mario Benedetti. No original, chama-se "Alegría de la tristeza" e está no livro "La vida ese paréntesis" que, até onde sei, permanece inédito no Brasil.

O poema diz que a gente pode entristecer-se por vários motivos ou por nenhum motivo aparente, a tristeza pode ser por nós mesmos ou pelas dores do mundo, pode advir de uma palavra ou de um gesto, mas que ela sempre aparece e devemos nos aprontar para recebê-la, porque existe uma alegria inesperada na tristeza, que vem do fato de ainda conseguirmos senti-la.

Pode parecer confuso mas é um alento. Olhe para o lado: estamos vivendo numa era em que pessoas matam em briga de trânsito, matam por um boné, matam para se divertir. Além disso, as pessoas estão sem dinheiro. Quem tem emprego, segura. Quem não tem, procura. Os que possuem um amor desconfiam até da própria sombra, já que há muita oferta de sexo no mercado. E a gente corre pra caramba, é escravo do relógio, não consegue mais ficar deitado numa rede, lendo um livro, ouvindo música. Há tanta coisa pra fazer que resta pouco tempo pra sentir.

Por isso, qualquer sentimento é bem-vindo, mesmo que não seja uma euforia, um gozo, um entusiasmo, mesmo que seja uma melancolia. Sentir é um verbo que se conjuga para dentro, ao contrário do fazer, que é conjugado pra fora.

Sentir alimenta, sentir ensina, sentir aquieta. Fazer é muito barulhento.

Sentir é um retiro, fazer é uma festa. O sentir não pode ser escutado, apenas auscultado. Sentir e fazer, ambos são necessários, mas só o fazer rende grana, contatos, diplomas, convites, aquisições. Até parece que sentir não serve para subir na vida.

Uma pessoa triste é evitada. Não cabe no mundo da propaganda dos cremes dentais, dos pagodes, dos carnavais. Tristeza parece praga, lepra, doença contagiosa, um estacionamento proibido. Ok, tristeza não faz realmente bem pra saúde, mas a introspecção é um recuo providencial, pois é quando silenciamos que melhor conversamos com nossos botões. E dessa conversa sai luz, lições, sinais, e a tristeza acaba saindo também, dando espaço para uma alegria nova e revitalizada.

Triste é não sentir nada.

(Martha Medeiros)

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Viver um dia por vez...


Na escola da vida, a lição que precisaríamos aprender,para uso consciente e determinado,seria conseguirmos viver um dia de cada vez.Sem atropelos, nem fadigas.Sem ansiedades, e sem angústias.Ontem já foi ontem.Já é passado.Não tornará mais, nunca mais.Hoje é hoje, é presente.É o agora.É o ludíbrio do instante que passa.Amanhã é futuro.Trará consigo seus próprios cuidados e temores.A cada dia é suficiente seu próprio cuidado.Viva o seu hoje, hoje.Viva-o com intensidade.Mas não queira viver o seu amanhã, hoje, e nem o seu ontem, agora.Viva um dia de cada vez.E já é muito, e já é suficiente.Nossas preocupações neurotizantes com o nosso amanhã não aumentarão e nem diminuirão o volume e o tamanho dos problemas que nos esperam.O ontem é experiência, é lição sofrida e aprendida.É degrau na escada ascendente de nossa experiência pessoal.É contribuição à nossa maturidade.Ontem, hoje, e amanhã.Dias, momentos e tempos bem diferentes, entre si.E tudo de enorme valia.

terça-feira, 6 de julho de 2010

Das Vantagens de ser Bobo




O bobo, por não se ocupar com ambições, tem tempo para ver, ouvir, tocar no mundo.

O bobo é capaz de ficar sentado quase sem se mexer por duas horas. Se perguntado por que não faz alguma coisa, responde: "Estou fazendo, estou pensando”.

Ser bobo às vezes oferece um mundo de saída porque os espertos só se lembram de sair por meio da esperteza, e o bobo tem originalidade, espontaneamente lhe vem a idéia.

O bobo tem oportunidade de ver coisas que os espertos não vêem. Os espertos estão sempre tão atentos às espertezas alheias que se descontraem diante dos bobos, e estes os vêem como simples pessoas humanas.

O bobo ganha utilidade e sabedoria para viver.O bobo parece nunca ter tido vez. No entanto, muitas vezes, o bobo é um Dostoievski.

Há desvantagem, obviamente. Uma boba, por exemplo, confiou na palavra de um desconhecido para a compra de um ar refrigerado de segunda mão: ele disse que o aparelho era novo, praticamente sem uso porque se mudara para a Gávea onde é fresco. Vai a boba e compra o aparelho sem vê-lo sequer.Resultado: não funciona.

Chamado um técnico, a opinião deste era que o aparelho estava tão estragado que o concerto seria caríssimo: mais vale comprar outro.Mas, em contrapartida, a vantagem de ser bobo é ter boa-fé, não desconfiar, e, portanto estar tranqüilo.

Enquanto o esperto não dorme à noite com medo de ser ludibriado. O esperto vence com úlcera no estômago.

O bobo não percebe que venceu. Aviso: não confundir bobos com burros.Desvantagem: pode receber uma punhalada de quem menos espera.

É uma das tristezas que o bobo não prevê.

César terminou dizendo a célebre frase: "Até tu, Brutus?" Bobo não reclama. Em compensação, como exclama!

Os bobos, com todas as suas palhaçadas, devem estar todos no céu. Se Cristo tivesse sido esperto não teria morrido na cruz.O bobo é sempre tão simpático que há espertos que se fazem passar por bobos.

Os espertos ganham dos outros. Em compensação, os bobos ganham a vida.Bem-aventurados os bobos porque sabem sem que ninguém desconfie. Aliás,não se importam que saibam que eles sabem.

Há lugares que facilitam mais as pessoas serem bobas (não confundir bobo com burro,com tolo, com fútil). Minas Gerais, por exemplo, facilita ser bobo. Ah, quantos perdempor não nascer em Minas!Bobo é Chagall, que põe vaca no espaço, voando por cima das casas.

É quase impossível evitar excesso de amor que o bobo provoca.

É que só o bobo é capaz de excesso de amor.

E só o amor faz o bobo.
(Clarice Lispector)

quinta-feira, 24 de junho de 2010

"A arte de não adoecer"

Se não quiser adoecer - "Fale de seus sentimentos"
Emoções e sentimentos que são escondidos, reprimidos, acabam em doenças como: gastrite, úlcera, dores lombares, dor na coluna. Com o tempo a repressão dos sentimentos degenera até em câncer. Então vamos desabafar, confidenciar, partilhar nossa intimidade, nossos segredos, nossos pecados. O diálogo, a fala, a palavra, é um poderoso remédio e excelente terapia.

Se não quiser adoecer - "Tome decisão"
A pessoa indecisa permanece na dúvida, na ansiedade, na angústia. A indecisão acumula problemas, preocupações, agressões. A história humana é feita de decisões. Para decidir é preciso saber renunciar, saber perder vantagem e valores para ganhar outros. As pessoas indecisas são vítimas de doenças nervosas, gástricas e problemas de pele.

Se não quiser adoecer - "Busque soluções"
Pessoas negativas não enxergam soluções e aumentam os problemas. Preferem a lamentação, a murmuração, o pessimismo. Melhor é acender o fósforo que lamentar a escuridão. Pequena é a abelha, mas produz o que de mais doce existe. Somos o que pensamos. O pensamento negativo gera energia negativa que se transforma em doença.

Se não quiser adoecer - "Não viva de aparências"
Quem esconde a realidade finge, faz pose, quer sempre dar a impressão que está bem, quer mostrar-se perfeito, bonzinho etc., está acumulando toneladas de peso... uma estátua de bronze, mas com pés de barro. Nada pior para a saúde que viver de aparências e fachadas. São pessoas com muito verniz e pouca raiz. Seu destino é a farmácia, o hospital, a dor.

Se não quiser adoecer - "Aceite-se"
A rejeição de si próprio, a ausência de auto-estima, faz com que sejamos algozes de nós mesmos. Ser eu mesmo é o núcleo de uma vida saudável. Os que não se aceitam são invejosos, ciumentos, imitadores, competitivos, destruidores. Aceitar-se, aceitar ser aceito, aceitar as críticas, é sabedoria, bom senso e terapia.

Se não quiser adoecer - "Confie"
Quem não confia, não se comunica, não se abre, não se relaciona, não cria liames profundos, não sabe fazer amizades verdadeiras. Sem confiança, não há relacionamento. A desconfiança é falta de fé em si, nos outros e em Deus.

Se não quiser adoecer - "Não viva sempre triste"
O bom humor, a risada, o lazer, a alegria, recuperam a saúde e trazem vida longa. A pessoa alegre tem o dom de alegrar o ambiente em que vive. "O bom humor nos salva das mãos do doutor". Alegria é saúde e terapia.

(Dr. Dráuzio Varella )

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Guaranteed

Com certeza


De joelhos não é maneira de ser livre
Levantando um copo vazio, pergunto silenciosamente
Todos meus destinos aceitarão aquele que realmente sou
Para que eu possa respirar...

Círculos que crescem e engolem pessoas completamente
Metade de suas vidas, dizem boa noite para esposas que nunca conhecerão
Uma mente cheia de perguntas, e um professor em minha alma
E por aí vai...

Não se aproxime ou terei que ir
Tal como a gravidade, são esses lugares que me puxam
Se alguma vez houve alguém para me manter em casa
Seria você...

Todos que encontro, em gaiolas que compraram
Eles pensam sobre mim e minha vida errante, mas eu sou o que eles nunca pensaram
Eu tenho a minha indignação, mas sou puro em todos os meus pensamentos.
Eu estou vivo...

Vento em meus cabelos, me sinto parte de todos os lugares
Sob meu ser, está uma estrada que desapareceu
Tarde da noite eu ouço as árvores, elas estão cantando com os mortos
no céu..

Deixe comigo que eu encontro um jeito de ser
Considere-me um satélite, sempre orbitando
Eu conhecia todas as regras, mas as regras não me conheciam
Com certeza...


That I Would Be Good.



Que Eu Esteja Numa Boa

Que eu esteja numa boa, mesmo se não fizer nada
Que eu esteja numa boa, mesmo quando nada estiver legal
Que eu esteja numa boa, mesmo se ficar e continuar doente
Que eu esteja numa boa, mesmo se engordar 10 quilos

Que eu esteja bem, mesmo se estiver falida
Que eu esteja numa boa, mesmo se perder meu cabelo e minha juventude
Que eu seja grandiosa, mesmo não sendo mais a tal rainha.
Que eu seja grandiosa, mesmo não sendo uma sabe-tudo.

Que eu seja amada, mesmo entorpecendo a mim mesma
Que eu esteja numa boa, mesmo que a verdade seja escondida de mim
Que eu seja amada, mesmo quando estiver enfurecida
Que eu esteja numa boa, mesmo sendo agarrada

Que eu esteja numa boa, mesmo se perder a sanidade
Que eu esteja numa boa, com ou sem você

Em dias de nenhuma paciência!



quarta-feira, 26 de maio de 2010

Decidindo como agir.


Um colunista conta uma história em que acompanhava um amigo nas caminhada matinais, quando, sempre ao final do percurso, paravam numa banca de jornal:

O amigo cumprimemtava o jornaleiro educadamente, mas como retorno recebia sempre um tratamento rude e grosseiro.

Pegando o jornal que era praticamente atirado em sua direção, o amigo do colunista sorria polidamente e agradecia, desejando-lhe sempre um bom dia.

Após apreciar esta cena se repetir várias vezes, o colunista perguntou:

-Ele sempre trata você com tamanha grosseria ?

-Sim, infelizmente é sempre assim.

-E você continua agindo com tamanha educação e polidez ?

-Sim, procuro sempre ser e agir assim.

-Mas por que você é sempre tão educado, já que ele é tão grosseiro com você?

-Porque não quero que ELE decida como EU devo agir. Ele escolheu e decidiu como tratar as pessoas e deve ter suas razões para isso. Eu decido como devo ser e como tratar as pessoas, independente das escolhas que elas fazem.

O colunista aprendeu naquela manhã uma das mais importantes lições desta escola que não dá férias: A escola da vida. Publicou no jornal de grande circulação onde apresenta uma coluna semanal e ficou surpreso com a repercussão da publicação.

São os indivíduos que fazem avançar ou atrasar consideravelmente a História, na medida em que atuam ou não em função de determinadas condições.

É imprescindível a vigilância, pois cada época e cada classe social formam os homens ã sua imagem e semelhança. Todavia, os indivíduos são são iguais em suas capacidades , possibilidades e habilidades. Cultivar a capacidade de pensar diante das possibilidades de escolhas, é desenvolver a habilidade e a competência para agir a partir das próprias convicções. Essa é a “diferença real”,que diz respeito aos gostos, as personalidades, que não se originam apenas por fatores orgânicos ou na consciência isolada das relações concretas vividas pelo sujeito.

Nesta tendência de embarcar na onda, muitos se perdem apenas repetindo os modelos que contrapõem a civilidade. ‘‘Peixe morto é que vai onde a onda leva’’, já dizia a sabedoria popular. Estar vivo é também escolher por onde caminhar, em que mares navegar e de que forma atuar no contexto social sem perder o valor individual.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Explicando...

"Eu faço minhas coisas, você faz as suas
Não estou neste mundo para viver de acordo com suas expectativas
(No meu projeto de vida, como no seu, pode constar nosso encontro e compartilharmos as experiências da vida, mas cada um tem suas necessidades pessoais.)
E você não está neste mundo para viver de acordo com as minhas
(Você não está neste mundo para me agradar, mas para ser você mesma. Se você vive em função de mim, significa que você não está bem consigo, que você não gosta de você. Por isso fica procurando fora o que você não encontra em você.)
Você é você, e eu sou eu
(Podemos ter interesses comuns e afinidades numa série de coisas, mas você é distinto de mim, e eu sou distinto de você. Você não é minha extensão e nem eu de você. Não sou sua metade e nem você minha metade, porque somos inteiros, integrais.)
E se por acaso nos encontrarmos, é lindo
(Se na trajetória evolutiva nos encontrarmos podemos permutar valores, conhecimentos, afetos, pode ser bom para ambos. A sabedoria da vida nos coloca onde precisamos e com nossas escolhas nos deslocamos para onde queremos e para onde podemos.)
Se não, nada há a fazer"
(Caso a gente não se cruze no momento por falta de oportunidade ou afinidade, saibamos respeitar a sabedoria da vida que conspira para nossa felicidade.)
(Fritz Perls)

"Mesmo tendo juízo não faço tudo certo.
Todo paraíso precisa um pouco de inferno."

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Recomeço

Hoje quando liguei o computador fiz uma triste constatação, excluiram meu orkut... Fiquei muito chateada, com raiva até, não pelo orkut em si, mas pelas comunidades que participava e pelas coisas que havia escrito e que simplesmente sumiram, não existem mais e não há o que fazer. Isso me fez refletir sobre muitas questões da vida que também são assim, um dia você tem e o outro não tem mais. Achei uma frase que traduz um pouco isso: "Quando Deus tira algo de você, Ele não está punindo-o, mas apenas abrindo suas mãos para receber algo melhor." Claro que essa frase vista de outras perspectivas não é facil, mas neste momento é isso ai, vou esperar e fazer por onde ter sempre o melhor e recomeçar, renascer, mais leve e feliz.



"Nas asas do destino buscarei um novo horizonte para recomeçar minha estrada."

"Permita-se recomeçar. Assim como o sol renasce todo dia,
mesmo sem ter morrido."

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Pearl Jam

Meu namorado me deu esse video e disse que tinha a ver comigo, eu tinha que deixar registrado aqui pq amo musica e tudo o que ela pode traduzir, e adorei essa montagem...
Realmente... muito a ver comigo.


Clarice Lispector

"Minha alma tem o peso da luz. Tem o peso da música. Tem o peso da palavra nunca dita, prestes quem sabe a ser dita. Tem o peso de uma lembrança. Tem o peso de uma saudade. Tem o peso de um olhar. Pesa como pesa uma ausência. E a lágrima que não se chorou. Tem o imaterial peso da solidão no meio de outros."


..."Que minha solidão me sirva de companhia.

que eu tenha a coragem de me enfrentar.

que eu saiba ficar com o nada

e mesmo assim me sentir

como se estivesse plena de tudo."


"Suponho que me entender não é uma questão de inteligência e sim de sentir, de entrar em contato...

Ou toca, ou não toca".


"Sou o que quero ser, porque possuo apenas uma vida e nela só tenho uma chance de fazer o que quero. Tenho felicidade o bastante para fazê-la doce, dificuldades para fazê-la forte,

Tristeza para fazê-la humana e esperança suficiente para fazê-la feliz.

As pessoas mais felizes não tem as melhores coisas, elas sabem fazer o melhor das oportunidades que aparecem em seus caminhos"

terça-feira, 11 de maio de 2010

Dança

Achei esse video por acaso na Internet e amei. Karla Jacobina é escritora, mas como toda arteira, não é mulher de um talento só. É namorada do teatro, tem um caso com a poesia, amor platônico pela música e arrasta um bonde pela dança. No ímpeto de se tornar uma mulher plenamente realizada, jogou seus talentos no palco e chacoalhou. Deu no que deu. A escritora, poetisa, atriz e dançarina desenvolve e apresenta shows “lítero-cênico-musical e o escambau” como ela mesmo define.


"A dança é a linguagem oculta da alma."