sexta-feira, 30 de abril de 2010
Soneto de Fidelidade.
De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.
Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento
E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama
Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure...
(Vinicius de Moraes)
Sorte de hoje.
quinta-feira, 29 de abril de 2010
Pontes Indestrutíveis
Buscando um novo rumo
Que faça sentido
Nesse mundo louco
Com o coração partido eu...
Tomo cuidado
Pra que os desequilibrados
Não abalem minha fé
Pra eu enfrentar
Com otimismo essa loucura...
Os homens podem falar
Mas os anjos podem voar
Quem é de verdade
Sabe quem é de mentira
Não menospreze o dever
Que a consciência te impõe
Não deixe pra depois
Valorize a vida...
Resgate suas forças
E se sinta bem
Rompendo a sombra
Da própria loucura
Cuide de quem
Corre do seu lado
E quem te quer bem
Essa é a coisa mais pura...
Fragmentos da realidade
Estilo mundo cão
Tem gente que desanda
Por falta de opção
E toda fé que eu tenho
Eu tô ligado
Que ainda é pouco
Os bandidos de verdade
Tão em Brasília tudo solto
Eu faço da dificuldade
A minha motivação
A volta por cima
Vem na continuação
O que se leva dessa vida
É o que se vive
É o que se faz
Saber muito é muito pouco
"Stay Will" esteja em paz..
Que importa é se sentir bem
Que importa é fazer o bem
Eu quero ver meu povo todo
Evoluir também
Que importa é se sentir bem
Que importa é fazer o bem
Eu quero ver meu povo todo
Prosperar também...
Saber dar valor
Para as coisas mais simples
Só o amor constrói
Pontes Indestrutíveis...
(Charlie Brown Jr.)
quarta-feira, 28 de abril de 2010
O Bem e o Mal.
"Temos dentro de nós, dois cães, um bom e um mau; qual crescerá e sobreviverá, dependerá daquele a quem nós mesmos alimentarmos mais."
Este pensamento simples e sábio pode ser o início de uma ótima reflexão desde que estejamos dispostos a "olhar para dentro de nós mesmos" e assim quem sabe, podermos entender melhor quem somos e do que somos capazes.
Foi para o nosso bem...
terça-feira, 27 de abril de 2010
Pé de Meia
Fica aqui minha "ideia" para quem neste momento, está no "pé" de alguém.
Não falo mais nada
Vou ficar na minha
Pode ficar sossegado
Eu vou recolher essa minha loucura
Mal de amor a gente cura
Eu não sei como
Mas uma coisa eu lhe garanto
Não gosto de vencer por insistência
Muito pelo contrário
Pacìência eu tenho
Me contenho até chegar a hora certa
E quando eu me dou
Eu me dou inteira
Eu não sou meia pra ficar no pé de ninguém
Quando eu me dou
Me dou inteira
Eu não sou meia pra ficar no pé de ninguém
It´s My Life!
It's my life
It's now or never
I ain't gonna live forever
I just want to live while I'm alive...
segunda-feira, 26 de abril de 2010
Alice...
Eu também.
Loucos e Santos
Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante.
A mim não interessam os bons de espírito nem os maus de hábitos.
Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo.
Deles não quero resposta, quero meu avesso.
Que me tragam dúvidas e angústias e agüentem o que há de pior em mim.
Para isso, só sendo louco.
Quero os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças.
Escolho meus amigos pela alma lavada e pela cara exposta.
Não quero só o ombro e o colo, quero também sua maior alegria.
Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto.
Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade.
Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos.
Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem,
mas lutam para que a fantasia não desapareça.
Não quero amigos adultos nem chatos.
Quero-os metade infância e outra metade velhice!
Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto; e velhos, para que
nunca tenham pressa.
Tenho amigos para saber quem eu sou.
Pois os vendo loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que "normalidade" é uma ilusão imbecil e estéril.
(Oscar Wilde)
Feliz por nada. PERFEITO!
Digamos: feliz porque ainda é abril e temos longos oito meses para fazer de 2010 um ano memorável. Feliz por estar com as dívidas pagas. Feliz porque se achou bonita. Feliz porque existe uma perspectiva de uma viagem daqui a alguns meses. Feliz porque você não magoou ninguém hoje. Feliz porque daqui a pouco será hora de dormir e não há melhor lugar no mundo do que sua cama.
Esquece. Mesmo sendo motivos prosaicos, isso ainda é ser feliz por muito.
Feliz por nada, nada mesmo?
Talvez passe pela total despreocupação com essa busca. Essa tal de felicidade inferniza. “Faça isso, faça aquilo”. A troco? Quem garante que todos chegam lá pelo mesmo caminho?
Particularmente, gosto de quem tem compromisso com a alegria, que procura relativizar as chatices diárias e se concentrar no que importa pra valer, e assim alivia o seu cotidiano e não atormenta o dos outros. Mas não estando alegre, é possível ser feliz também. Não estando “realizado”, também. Estando triste, felicíssimo igual.
Porque felicidade é calma. Consciência. Felicidade é ter talento para aturar, é divertir-se com o imprevisto, transformar as zebras em piadas, assombrar-se positivamente consigo próprio: como é que eu me meti nessa, como é que foi acontecer comigo? Pois é, são os efeitos colaterais de se estar vivo.
Benditos os que conseguem se deixar em paz. Os que não se cobram por não terem cumprido suas resoluções, que não se culpam por terem falhado, não se torturam por terem sido contraditórios, não se punem por não terem sido perfeitos. Apenas fazem o melhor que podem.(Eu amaria ser assim)
Se quiser ser mestre em alguma coisa, tente ser mestre em esquecer de você mesmo. Liberte-se de tanto pensamento, de tanta procura por adequação e liberdade. Ser uma pessoa adequada e livre – simultaneamente! – é uma senhora ambição. Demanda a energia de uma usina. Para que se consumir tanto?
E tempo esgotado para o questionário de Proust, essa mania de ter que responder quais são seus defeitos, suas qualidades, sua cor preferida. Chega de se autoconhecer! Você já está aqui, já tem seu jeito, já carimbou seu estilo e assumiu que é um imperfeito bem intencionado.
Feliz por nada talvez seja isso.
(Martha Medeiros)
quinta-feira, 22 de abril de 2010
Gosto de...
Juventude
Aventuras
Gargalhadas
Cheiros
Casa
Amigas
Muitas Amigas
Manga
Cães (os meus, os da rua, os dos outros)
Administração
Tarde de Sol
Cama
Arroz a Piamontese
Noite de Chuva
Crianças
Cores, muitas cores
Família
Café
Edredom
Praia
Dias Frios
Pudim
Companhia
Ar-condicionado
Ombro
Dormir juntinho
Cerejas
Lágrima
Colo
Desejo
Sorvete de Banana
Compras
Busca
Encontro
Organização
Ter as pessoas ao lado
Carro
Interior
Mar
Reencontro
Trabalho
Amigos (não os coloridos, os tais mesmo, de verdade)
Musica
Vento
Saudade
Festas
Velocidade
Dançar
Gente que goste de conversar
Pessoas sem complexos
Cinema
Rio de Janeiro
Irmão
Texturas
Um porto de abrigo
Gostar (de mim, de nós, deles, delas)
Saber que...
Eu sou assim...
Alzheimer.
Lidando com Alzheimer: "O mais importante é exercitar o amor, o que segundo o médico é o melhor remédio contra a doença. É uma tarefa difícil exercitar o amor quando a pessoa enferma parece tão diferente da que conhecemos, as alterações de humor são freqüentes e nem sempre a paciência acompanha os familiares. O amor é, sem dúvida, o melhor remédio. E dele há de advir paciência, devemos ativar a nossa memória e não esquecer quem foi o doente, que ora pode se mostrar tão diverso do ser que convivemos e amamos. Mas ele está ali, embora a doença o revele de outro modo."
terça-feira, 20 de abril de 2010
Fiz Aniversário!!!
Fiz aniversário há alguns dias e achei um texto do Marcelo Ferrari que adoro, alias adoro e recomendo muitos textos dele.
http://ferrarinanet.blogspot.com/
Nasci ontem
Quando fiz dez anos
completei dezoito
Minha adolescência
foi dos sete aos noventa
Aos sete já tinta cinqüenta e seis
Dos vinte cinco pulei pros trinta e dois
Depois pros dezesseis
Depois cinqüenta e nove
E vinte um
Assim tem sido meus dias
Enquanto o corpo faz aniversário em linha reta
A alma é randômica e subjetiva
Ela depende, assim como o tempo de Einstein
Do que depende, eu não sei
Apenas sigo fazendo aniversários
E desfazendo-os
Existindo de tempos em tempos
Pois entre este que inspira
E este outro que assopra as velas
Não tenho idade
Teoria do Playmobil!
Hoje é terça-feira, vespera de feriado de Tiradentes e logo após São Jorge (para o Estado do Rio), o que significa milhões de pessoas indo viajar, o que resulta em um transito CAÓTICO.
Mas para não me estressar resolvi utilizar a "Teoria do Playmobil", vc sabe o que é???
“Nada do que possa acontecer vai tirar esse sorriso do meu rosto.”
segunda-feira, 19 de abril de 2010
Terapia do Joelhaço.
Sentado em sua poltrona de couro marrom, ele me ouviu com a mão apoiada no queixo por 10 minutos, talvez 12 minutos, até que me interrompeu e disse: “Tu estás enlouquecendo”.
Não é exatamente isso que se sonha ouvir de um psiquiatra. Se você vem de uma família conservadora que acredita que terapia é pra gente maluca, pode acabar levando o diagnóstico a sério. Mas eu não venho de uma família conservadora, ao menos não tanto.
Comecei a gargalhar e em segundos estava chorando. “Como assim, enlouquecendo??”
Ele riu. Deixou a cabeça pender para um lado e me deu o olhar mais afetuoso do mundo, antes de dizer: “QUERIDA, SÓ EXISTEM DUAS COISAS NO MUNDO: O QUE A GENTE QUER E O QUE A GENTE NÃO QUER”.
Quase levantei da minha poltrona de couro marrom (também tinha uma) para esbravejar: “Então é simples desse jeito? O que a gente quer e o que a gente não quer? Olhe aqui, dr. Freud (um pseudônimo para preservar sua identidade), tem gente que faz análise durante 14 anos, às vezes mais ainda, 20 anos, e você me diz nos meus primeiros quinze minutos de consulta que a vida se resume ao nossos desejos e nada mais? Não vou lhe pagar um tostão!”
Ele jogou a cabeça pra trás e sorriu de um jeito ainda mais doce. Eu joguei a cabeça pra frente, escondi os olhos com as mãos e chorei um pouquinho mais. Não é fácil ouvir uma verdade à queima-roupa.
“Tem gente que precisa de muitos anos para entender isso, minha cara”. Suspirei e entendi a homenagem: ele me julgava capaz daquela verdade sem precisar frequentar seu consultório até ficar velhinha. Além disso, fiz as contas e percebi que ele estava me poupando de gastar uma grana preta.
Tá, e agora, o que eu faço com essa batata quente nas mãos, com essa revelação perturbadora?
Passo adiante, ora. Extra, extra, só existe o seu desejo. É o desejo que manda. Esse troço que você tem aí dentro da cachola, essa massa cinzenta, parecendo um quebra-cabeças, ela só lhe distrai daquilo que realmente interessa: o seu desejo. O rei, o soberano, o infalível, é ele, o desejo. Você pode silenciá-lo à força, pode até matá-lo, caso não tenha forças para enfrentá-lo, mas vai sobrar o quê de você? Vai restar sua carcaça, seu zumbi, seu avatar caminhando pelas ruas desertas de uma cidade qualquer. Você tem coragem de desprezar a essência do que faz você existir de fato?
É tão simples que nem seria preciso terapia. Ou nem seria preciso mais do que meia-dúzia de consultas. Mas quem disse que, sendo complicados como somos, o simples nos contenta? Por essas e outras, estamos todos enlouquecendo.
(Martha Medeiros)